E quando o assunto é mobilidade urbana?

 Quando o assunto é mobilidade urbana o modelo pedagógico da formação de condutores, as ações educativas de trânsito e o planejamento de transportes requerem reflexão. Portanto, inicialmente indaga-se: o modelo de formação para o trânsito tendo em vista competências, habilidades e respectivos mecanismos avaliativos têm formado ou retroalimentado um trânsito inseguro? Os educadores de trânsito estão familiarizados com as teorias da aprendizagem e do conhecimento adequadas ao educando adulto? Na formação teórica treina-se ou forma-se? A preocupação justifica-se, pois em processos educativos cujos sujeitos são adultos há a necessidade da adequação das abordagens considerando-se o ciclo de vida, consorte os mecanismos de aprendizagem devem contemplar as experiências pregressas e a lógica do vivente valorizando o seu cotidiano. A sensibilidade do educador no que tange à estas variáveis corroboram à aprendizagem significativa. Supõe-se que falhas no processo de formação ou requalificação retroalimentam um trânsito inseguro.

Perscrutando as ações educativas dos órgãos de trânsito é inevitável o questionamento: tornamo-nos peritos em colorir os meses, ou estas de fato têm logrado êxito na redução de acidentes? Ressalta-se a diferença entre comunicar e formar. O questionamento dá-se em razão de certo incômodo durante o mês de maio (amarelo), marcado por uma overdose de distribuição de panfletos e kits, ações em pontos centrais e tradicional veiculação da epidemiologia do trânsito. Advoga-se pela descentralização destas ações, priorizando contextos de maior vulnerabilidade social cuja prevalência é de pedestres e ciclistas, assim como a realização de ações de fluxo contínuo fundamentadas nos pressupostos da aprendizagem significativa. No entanto, a responsabilidade por um trânsito seguro deve ser extensiva a toda a sociedade, neste sentido chama-se a atenção para a tentativa da Universidade de Brasília – UnB em resgatar seu protagonismo no que se convencionou como movimento paz no trânsito, realizando nos dois últimos anos ações de conscientização voltadas para o segmento acadêmico. Faz-se o adendo de que a maior prevalência nos acidentes é de jovens.

Finalmente acredita-se que o planejamento de transportes deve ser norteado por uma abordagem holística, neste sentido destaca-se o engajamento da UnB, por meio do Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes – CEFTRU, ao conferir protagonismo a segmentos sociais inferidos negligenciados a partir da realização de seminários e a edição dos livros Acessibilidade e Mobilidade Urbana na Perspectiva da Pessoa Surda e Acessibilidade e Mobilidade Urbana na Perspectiva da Equidade e Inclusão Social, na esperança de sensibilizar aos gestores públicos quanto ao atendimento da integralidade das demandas sociais inerentes à mobilidade.

 

 

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